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terça-feira, 22 de março de 2016

As Panelas da Camponesa


 


 

Era uma vez uma camponesa muito pobre chamada Nina. Em sua casinha havia apenas uma cama, uma mesa tosca, um banco e um fogão a lenha. O chão era de terra, que ela varria com uma vassoura feita com ramos de árvore. Mas o orgulho de Nina eram suas panelas. Ela as lavava com um sabão feito por ela mesma e esfregava com areia do rio. As panelas, postas ao sol para secar, brilhavam tanto que atraíam os passarinhos e as mariposas, que ficavam voando ao redor.

Quando Nina ia trabalhar no campo, as outras camponesas caçoavam de suas panelas:

- Para quê tanto capricho, se a gente é tão pobre? Isso é um luxo bobo, Nina, uma perda de tempo.

Elas também implicavam com ela porque, durante o trabalho na horta, colhendo e plantando, Nina estava sempre cantando. Diziam, de mau humor:

- Será que ela viu o passarinho verde para estar tão alegre?

Mas Nina não gostava de tristeza. Suas panelas pareciam espelhos dentro da casinha pobre, e quando ela olhava para elas sobre o fogão, ela ficava mais feliz.

Sua única amiga era uma velhinha que às vezes vinha visitar Nina, trazia biscoitos feitos por ela mesma e tomavam chá. A velhinha viu que a cabana de Nina estava muito estragada e disse:

- Precisa consertar, minha filha, antes que uma chuva forte derrube a sua casa.

- Ah! De que jeito? – disse Nina – Só se eu encontrasse um tesouro dentro de um repolho, pois não tenho dinheiro.

Essa velhinha era cheia de mistérios. Ela foi procurar os duendes da floresta que eram seus amigos e pediu a eles que ajudassem a camponesa.

- Vou ver o que é possível. – falou o chefe dos Duendes. E naquela noite mesmo, ele mandou dois de seus duendes visitar Nina em segredo, para verificar a situação.

Enquanto Nina estava dormindo, os dois homenzinhos confabulavam baixinho.

- Ela está precisando de ajuda, sim – disse um deles. – O teto está caindo.

- Mas você sabe a regra dos Duendes – disse o outro. – Nós só podemos dar o prêmio a uma pessoa que tenha alguma coisa especial. O que Nina tem de especial?

- Ela é honesta e trabalhadora, ajuda os amigos e trata bem das plantas e dos animais.

- Sim, nós sabemos. Mas isso não é suficiente. Existe muita gente pobre nessas condições, e não podemos dar o prêmio para todos.

Os duendes coçaram as longas barbas, pensando num jeito de ajudar Nina. De repente o primeiro duende viu uma coisa brilhando em cima do fogão, levantou o pano e os dois tiveram que tapar os olhos para não serem ofuscados pelas panelas de Nina. Os duendes têm a vista muito sensível por trabalharem em cavernas, sempre no escuro.

- O que é isso??! – eles gritaram.

Os duendes ficaram encantados.

- Como ela consegue deixar o metal assim polido? Precisamos aprender essa técnica.

Depois daquilo, os duendes decidiram que Nina tinha mesmo algo de especial, porque ela fazia aquele trabalho só por gosto, porque não precisava fazer. E foram correndo contar ao chefe dos Duendes que ela merecia ganhar o prêmio.

Na noite seguinte veio um grupo de seis duendes que consertaram toda a cabana de Nina enquanto ela dormia.

E na manhã daquele dia, quando Nina estava colhendo verduras na horta, ela encontrou uma grande esmeralda dentro de um repolho. Com o dinheiro da venda da pedra, comprou roupas novas e móveis para sua casinha, e o resto ela repartiu com as outras famílias de camponeses, que também deixaram suas casas mais bonitas.

F I M

 
Conto de Márcia C. Kondratiuk
 
 
PINTE O DESENHO DA CAMPONESA
 
 

 
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