Era
uma vez uma camponesa muito pobre chamada Nina. Em sua casinha havia apenas uma
cama, uma mesa tosca, um banco e um fogão a lenha. O chão era de terra, que ela
varria com uma vassoura feita com ramos de árvore. Mas o orgulho de Nina eram
suas panelas. Ela as lavava com um sabão feito por ela mesma e esfregava com areia
do rio. As panelas, postas ao sol para secar, brilhavam tanto que atraíam os
passarinhos e as mariposas, que ficavam voando ao redor.
Quando
Nina ia trabalhar no campo, as outras camponesas caçoavam de suas panelas:
-
Para quê tanto capricho, se a gente é tão pobre? Isso é um luxo bobo, Nina, uma
perda de tempo.
Elas
também implicavam com ela porque, durante o trabalho na horta, colhendo e
plantando, Nina estava sempre cantando. Diziam, de mau humor:
-
Será que ela viu o passarinho verde para estar tão alegre?
Mas
Nina não gostava de tristeza. Suas panelas pareciam espelhos dentro da casinha
pobre, e quando ela olhava para elas sobre o fogão, ela ficava mais feliz.
Sua
única amiga era uma velhinha que às vezes vinha visitar Nina, trazia biscoitos
feitos por ela mesma e tomavam chá. A velhinha viu que a cabana de Nina estava
muito estragada e disse:
-
Precisa consertar, minha filha, antes que uma chuva forte derrube a sua casa.
-
Ah! De que jeito? – disse Nina – Só se eu encontrasse um tesouro dentro de um
repolho, pois não tenho dinheiro.
Essa
velhinha era cheia de mistérios. Ela foi procurar os duendes da floresta que
eram seus amigos e pediu a eles que ajudassem a camponesa.
-
Vou ver o que é possível. – falou o chefe dos Duendes. E naquela noite mesmo,
ele mandou dois de seus duendes visitar Nina em segredo, para verificar a
situação.
Enquanto
Nina estava dormindo, os dois homenzinhos confabulavam baixinho.
-
Ela está precisando de ajuda, sim – disse um deles. – O teto está caindo.
-
Mas você sabe a regra dos Duendes – disse o outro. – Nós só podemos dar o
prêmio a uma pessoa que tenha alguma coisa especial. O que Nina tem de
especial?
-
Ela é honesta e trabalhadora, ajuda os amigos e trata bem das plantas e dos
animais.
-
Sim, nós sabemos. Mas isso não é suficiente. Existe muita gente pobre nessas condições,
e não podemos dar o prêmio para todos.
Os
duendes coçaram as longas barbas, pensando num jeito de ajudar Nina. De repente
o primeiro duende viu uma coisa brilhando em cima do fogão, levantou o pano e
os dois tiveram que tapar os olhos para não serem ofuscados pelas panelas de
Nina. Os duendes têm a vista muito sensível por trabalharem em cavernas, sempre
no escuro.
-
O que é isso??! – eles gritaram.
Os
duendes ficaram encantados.
-
Como ela consegue deixar o metal assim polido? Precisamos aprender essa
técnica.
Depois
daquilo, os duendes decidiram que Nina tinha mesmo algo de especial, porque ela
fazia aquele trabalho só por gosto, porque não precisava fazer. E foram
correndo contar ao chefe dos Duendes que ela merecia ganhar o prêmio.
Na
noite seguinte veio um grupo de seis duendes que consertaram toda a cabana de
Nina enquanto ela dormia.
E
na manhã daquele dia, quando Nina estava colhendo verduras na horta, ela
encontrou uma grande esmeralda dentro de um repolho. Com o dinheiro da venda da
pedra, comprou roupas novas e móveis para sua casinha, e o resto ela repartiu
com as outras famílias de camponeses, que também deixaram suas casas mais bonitas.
F I M
Conto de Márcia C. Kondratiuk
PINTE O DESENHO DA CAMPONESA
Você gostou desta história? Mande seu comentário ou sugestões. Se você tiver G-mail, pode deixar seu comentário aqui no blog. Ou pode mandar e-mail para: marciacha2004@yahoo.com.br
oi
ResponderExcluir